Como fazer parte de um sistema que é de
todos? Como entender as diferentes perspectivas? Como assumir o papel de
profissional de saúde, com empatia aos problemas alheios e ao mesmo tempo ser
imune a contratransferência? - Essas são dúvidas que fazem parte do nosso dia a
dia como residentes. Na teoria há estratégias consonantes, no entanto, a
prática é tão dinâmica e complexa, que muitas vezes, subverte os planos.
O complexo hospitalar da SPDM (Associação
Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) assim como a grande maioria dos
hospitais escolas distribuídos pelo país oferece-nos um campo de atuação rico,
no que se refere, a sua contemplação epidemiológica, ou seja, permiti que
atendamos casos extremos que dificilmente encontraríamos em outros serviços.
Contudo, justamente pelo porte impõe desafios aos residentes de passagem, sobretudo
aos multiprofissionais. – E entender qual a dinâmica adotar nos diferentes
cenários que passaremos faz parte do aprendizado! Ademais, na perspectiva de
quem está por fora do multiprofissionalismo e se pautando na lei da inércia é
preciso considerar que somos (humanos) avessos as mudanças, cabendo a NÓS a
responsabilidade de mostrar (com jeitinho) o porque a mudança é melhor e mais
que isso necessária, incluindo-se aqui o ‘esclarecimento’ da contribuição que
cada multiprofissional tem a acrescentar ao serviço!
Falar em relações humanas é sempre
muito complexo e por mais que se estabeleçam padrões de abordagem estas nunca
conseguirão contemplar de modo satisfatório a infinidade de situações possíveis.
Portanto, pensar no modo de atendimento e como interagir com minha equipe é uma
preocupação elegível e sempre necessária. Isso significa que encontraremos
resistência, obstáculos de comunicação, dentre tantos outros desafios que ora
totalmente, ora parcialmente terão sua resolutividade em nossas mãos. - Quem
dera tivéssemos uma fórmula pra isso! No entanto, o que a experiência mostra é que
caminhos mais abertos a discussão das diferentes perspectivas e a interlocução
entre os profissionais e profissional-paciente são mais salutares e portanto
com maiores benefícios as partes envolvidas!
A atuação de um profissional de saúde
é sustentada pelo conhecimento técnico e pelo humanismo. E a contemplação de
que estes pilares se sobrepõem é imprescindível para que não deixemos de ser ao
mesmo tempo técnicos e humanos nos nossos atendimentos. – Essa é um tarefa difícil!
As vezes nos encontramos em situações conflituosas, onde a empatia passa a
(pré)contratransferência e inconscientemente perdemos a objetividade ao ver
nosso paciente, como um parente, amigo, etc... a barreira entre empatia e
contratransferência é muito tênue, precisamos ficar atentos de modo a manter o
profissionalismo!
Em síntese, é preciso entender que as
dúvidas serão frequentes e os desafios intermináveis! ... hoje, o obstáculo é a
inserção de um atendimento multiprofissional nos serviços de saúde, amanhã ...
será outro qualquer, e depois tantos outros... isso faz parte da constante
construção de sociabilidade humana, aceitar isso não significa estar inerte aos
modelos impostos tampouco consentir, mas sim encarar com maturidade e
equilíbrio, se permitindo maior preparo na condução das relações do dia a dia!
Boa
semana galera, não vamos deixar que nossas inseguranças nos limitem, todos
somos essênciais ... e as vezes, a resistência agente vence com um simples
sorriso!
“Não faço pra te
aborrecer / nem eu me entendo direito / meu jeito não da pra prever / as vezes
da defeito / ... / as vezes o silêncio tapa os buracos / o amor prossegue
intacto”
Danilo
Ponciano
Residente
- Farmacêutico Bioquímico
Programa: Transplante e Captação de
Órgãos
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