Quando o assunto é cuidado em saúde é
sempre muito complexo e limitado delegar a função a um grupo pequeno de
profissionais a salvaguarda de uma vida. E como se não bastasse toda a
complexidade dos distúrbios orgânicos, a psique humana impõe aos profissionais
de saúde desafios aos quais nem sempre estamos preparados a enfrentar. Para
tanto, a integração multidisciplinar e multiprofissional
ganha um status de imprescindível a todo e qualquer serviço que se disponha a
atender de forma profissional e humanizada os seus pacientes.
A atuação em equipe multiprofissional
é sempre um desafio independente do segmento, significa estar aberto a novas
perspectivas, dividir responsabilidades e méritos, aceitar e assumir limitações
e sobretudo reconhecer a necessidade de outro profissional num espaço que julga
ser “seu”. As dificuldades em se implantar esse modelo variam de acordo com
setor do serviço, instituição e perfil dos profissionais envolvidos. Contudo, independente
de qualquer um destes fatores só é exequível progressos nesse sentido quando se
estabelece um via de mão dupla permitindo a comunicação e construção gradual de
limites e papéis que cada um assumirá na equipe.
A residência multiprofissional foi criada
a partir da lei 11.129 de trinta de junho de 2005. A proposta veio de encontro com
a necessidade em oferecer educação continuada aos demais profissionais não
médicos, para que, o atendimento em saúde seja eficiente, completo e
compartilhado entre as profissões. A saber, que este contemple as diversas
demandas que um ser doente possa ter ... seja ela de origem orgânica, psíquica
e/ou social. Com sete anos de vigência da lei, muito já foi feito e ainda muito
mais é necessário para que as pretensões iniciais tornem-se realidade. De todo
modo, vivenciamos um cenário promissor e que convoca a responsabilidade dos
residentes multiprofissionais a assumirem seus papéis e espaços que lhe são de
direito/dever.
Na implantação de um modelo de
atendimento multiprofissional muitas discussões, polêmicas, barreiras e dilemas
surgirão ... isso faz parte do processo!. No entanto, não podemos deixar que
estes limitem nossa atuação e tampouco que sejam empecilhos na
corresponsabilização dos cuidados em saúde. Em outras palavras significa dizer
que é um requisito básico ao residente multi ser seguro, estar atento a
legislação de interesse, proativo, solicito e assumir que a forma como quer ser
visto pelos outros profissionais depende de si.
O vírus da multi é multiresistente!...
essa é um epidemia que não dá pra controlar!. O que nos resta agora é assumir
com segurança nossos espaços e deixar claro que estamos no serviço para
completar. Os paradigmas são mutáveis e a história é agente que constrói, se identificamos
contracensos e deficiências no nosso ambiente de trabalho é nosso papel evidencia-los
e contribuir pelas melhorias. Boa semana!
“I'm telling you that / It's
never that bad / (...) / So just give it one
more try / (...) / To let you know that you're not alone”
Danilo Ponciano
Residente - Farmacêutico Bioquímico
Programa: Transplante e Captação de Órgãos
Nenhum comentário:
Postar um comentário